Rui Horta nas Naves do Matadero de Madrid

O coreógrafo e bailarino português Rui Horta apresenta em setembro três eventos nas Naves del Matadero: a instalação Lúmen, a produção Quorum e a obra Vespa.

LÚMEN

Instalação de vídeo e luz que terá lugar de 21 a 29 de Setembro e parte do espaço como o contexto e, simultaneamente, como, por exemplo, texto do trabalho. O próprio artista explica o conceito desta instalação: “o corpo como mediador, lugar de revelação, território entre o transcendental e o concreto. Luz e vídeo, que convocam a imaterialidade da experiência do visitante. A imaterialidade e também a revelação, os atributos do espaço sacral, mas também do território da arte. Estes foram pontos de partida para Lúmen. Sempre gostei de este estar que nos livra e nos transcende. Como se pode falar de uma epifania, algo escondido?”.

QUORUM

Será representada nos días 21, 22 e 23 de setembro. É a sua última produção realizada a partir de uma convocatória pública onde 42 pessoas participam numa experiência criativa colectiva.

Horta pediu:  “Pessoas que saibam cantar, dançar, recitar, tocar um instrumento, ou simplesmente que tenham muita vontade, desejo e a vocação de estar em um palco, mesmo se eles não têm qualquer experiência prévia, para participar, voluntariamente, num projeto criativo com uma dinâmica comunitária muito forte”. Foram selecionados quarenta e dois indivíduos que compõem paisagens sonoras de vozes e corpos em uma peça que é, nas palavras de Rui, “um exercício da humanidade”. 

VESPA

Noss dias 28 e 29 de setembro vamos ter a oportunidade de desfrutar de Vespa, a obra que  regressa aos palcos pasados 30 anos, ao coreógrafo e bailarino Rui Horta. A 20 de abril de 2017 Rui Horta cumpriu 60 anos e estreu Vespa, um manifesto poético que transpira verdade, coerência e ética ecologista.

Vespa começa com Rui Horta a dizer: “Há coisas que cada um tem dentro da sua cabeça. Um zumbido que morde os nossos pensamentos “. São as primeiras palavras e as que (nem sempre dizem) carregam o mundo interno da criação: um parêntese, um tempo parado onde o artista cristaliza e cospe o que o transcende e atormenta, num instante que se expande para um tempo mais amplo . E assim, como uma criatura estranha que desperta os seus estados de consciência, derramando a sua pele dupla no palco, com um raio de luz que ilumina o seu discurso, ele incita o espectador a refletir sobre o ser humano, a ecologia, a cultura e a beleza. Com um compromisso além da força corporal, Rui lança um olhar para o futuro na Vespa: a redução do homem a uma minúscula partícula do cosmos, contemplada com alguma perda, muita compaixão e uma boa dose de ironia.

Vespa Rui Horta

Foto: João Duarte

 

RUI HORTA

Rui Horta é um veterano selvagem encarregado do futuro. O seu trabalho como coreógrafo é considerado uma referência na criação europeia. Horta tem sido a força motriz de uma nova geração de bailarinos e coreógrafos portugueses. Nos anos 90 dirigiu o S.O.A.P. Teatro de dança de Frankfurt, que percorreu os teatros mais importantes do mundo. E em 2000 regressou a Portugal para fundar Espaço do Tempo, um centro multidisciplinar de experimentação artística em um mosteiro de s. XVI. Paralelo foi um artista convidado para um grande número de empresas de renome, como Ballet Gulbenkian, Grande Ballet de l’Opera Génova, Marselha Opera, Netherlands Dance Theater, Opera Gotemburgo, Ballet islandês, Scottish Dance Theatre, Random Dance, etc. . Foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França e tem vários prêmios internacionais, como o Grand Prix Rencontres Internationales de Bagnolet Choréographiques (França).

O seu trabalho criativo transborda coreografia e se estende até o universo da pesquisa teatro, ópera, música experimental, design de iluminação e multimídia que utiliza frequentemente em suas obras.

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