Without, exposição de Julião Sarmento no CGAC

Do dia 9 de novembro até ao dia 3 de fevereiro, o CGAC (Centro Galego de arte contemporânea) recebe a exposição Without, do artista português Julião Sarmento, comissariada por Santiago Olmo e David Barro.

Without faz referência à polaridade que domina toda a obra de Julião Sarmento, como uma porta que de um lado tem a palavra entrada escrita nela e na outra saída, sendo sempre a mesma porta. Como nas obras de Julião Sarmento, o título não nos diz uma verdade exata ou absoluta, nem nos informa de tudo o que se vê.

A exposição é uma visão panorâmica que reúne trabalhos em torno a um sentimento que atravessa transversalmente toda a sua trajetória: a cinematográfica. Não é apenas uma relação literal, mas uma maneira de projetar como Sarmento sempre se moveu naquele espaço intermedio, entre suspensão e desejo, num espaço que nos faz, como espectadores, submergir num terreno inquietante, como a do estrangeiro, a do espectador voyeur.

A exposição também inclui exemplos da sua maneira particular de desconstruir a imagem, de obras em que o vazio é concebido como um pano de fundo ativo e de uma série de esculturas onde a ideia da cena é convocada. Também os seus trabalhos mais recentes, enigmáticos, pinturas de dimensão fractal que fazem referência ao mundo das constelações, porque no trabalho de Sarmento a realidade estende-se, e o espectador nunca conhece a realidade da imagem, como no cinema. Tudo isso exige uma posição ativa no espectador, que é forçado a decifrar a intenção de cada motivo e cada ausência, atendendo a títulos que oferecem pistas ao mesmo tempo que reforçam o mistério e o suspense.

O trabalho de Julião Sarmento é formalizado a partir da fronteira. Muitas das suas obras contêm imagens de imagens e estão relacionadas entre si, embora funcionem de forma independente, abraçando a ambiguidade do seu significado. Trata-se de micro-histórias que assumem a múltipla potencialidade do cinema, entre o expresso e o secreto, entre o pessoal e o estranho. Eles também compartilham com isso uma espécie de duração suspensa. Todo o trabalho de Julião Sarmento projecta essa sensação cinematográfica, porque no que vemos, sempre intuímos algo que permanece ausente, fora do palco.

 

 

Julião Sarmento

Nasceu em 1948 em Lisboa, Portugal, e vive e trabalha no Estoril, Portugal. Estudou pintura e arquitectura na Escola de Belas Artes de Lisboa. Ao longo da sua carreira, Sarmento trabalhou em uma ampla gama de mídias: pintura, desenho, escultura, fotografia, cinema, vídeo, performance, som e instalação. Ele também desenvolveu vários projetos significativos específicos para cada site. Ele fez inúmeras exposições individuais e coletivas em todo o mundo durante as últimas cinco décadas.

Julião Sarmento representou Portugal na 46ª Bienal de Veneza (1997). Ele foi incluído na Documenta 7 (1982) e Documenta 8 (1987), na Bienal de Veneza (1980 e 2001) e na Bienal de São Paulo em 2002. Seu trabalho está representado em várias coleções públicas e privadas na América do Norte e do Sul, Europa e Japão.

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