Tempestade em copo d’agua, Mulheres artistas em Portugal

De 6 de junho a 20 de julho na galeria Mirat Projects (Rua Blanca de Navarra 8, Madrid) podemos ver a exposição Tempestade em copo d’agua. Esta mostra explora como as mulheres artistas célebres e emergentes de Portugal têm experimentado novos modos de resistência.

Helena Almeida, Maria Helena Vieira Da Silva e Paula Rego são essas mulheres; mulheres que fazem um escândalo. As suas obras evitam dicotomías inevitáveis, verdadeiras ou falsas; ou deixar que um exploda de raiva ou estoire em risos. Dentro da esfera demasiado próxima e táctil da auto-reflexão, constroem fabulações ativas que irrompem nos nossos centros de percepção. A beleza grotesca de Paula Rego muda as hierarquias do poder:

 

Tempestade em copo d'agua

Paula Rego, Honour, 2008

Almeida redesenha a fronteira entre o trabalho e o corpo, para afora e para adentro;

Vieira da Silva dibuja la anécdota, agregando infinitas dimensiones, multiplicando versiones alternativas de una realidad.

Para além da sensibilidade domesticada, o corpo converte-se em terreno de experimentação, como dizia Almeida. <<como a borda de uma falésia sobre o mar>> O seu mundo interior é laberíntico, agrietando o marco aberto numa tormenta de vento.  Vieira Da Silva, Rego y Almeida demonstram como converter a queixa feminina num tipo particular de força.

Seguindo o seu exemplo, os artistas mais jovens dirigem as suas miradas para o exterior. O escritor francês Stendhal escreveu: <<um romance é um espelho levado por um caminho alto. Num momento reflete na tua visão os céus azuis, noutro o lodo das poças a teus pés.>>  Para Manuela Pimentel, o espelho é prismático, dividindo e recompondo incessantemente as histórias mundanas da cidade que habita, os seus sonhos desertos e as suas utopias incuráveis. Sobre a superfície barnizada dos cartazes de rua projecta-se um reflexo caleidoscópico das múltiplas capas de cor de Portugal, dantes e após a crise.

Tempestade em copo d'agua

Manuela Pimentel, Pouca Terra, 2018

Maria Trabulo dramatiza a importância de uma pergunta singela: qual é realmente a cor do mar? Questionando a sua tristeza desde a perspectiva do cruze dos refugiados, ela desconcerta ainda mais a nossa percepção do que se converteu num lugar comum nos meios de comunicação.

Tempestade em copo d'agua

Maria Trabulo Wine dark sea2, 2016-2017

Tempestade em copo d’agua é uma interessante aproximação às mulheres artistas portuguesas, um cruze entre as novas gerações e as artistas que já vêm deixando a sua marca na história da arte há muitos anos. Recomendamos não perder e conhecer um pouco mais a arte do país vizinho.

Uso de cookies

Este sitio web utiliza cookies para que usted tenga la mejor experiencia de usuario. Si continúa navegando está dando su consentimiento para la aceptación de las mencionadas cookies y la aceptación de nuestra política de cookies, pinche el enlace para mayor información.plugin cookies

ACEPTAR
Aviso de cookies