RETROSPECTIVA DE HELENA ALMEIDA NO IVAM
Hoje inaugura-se a retrospectiva da artista portuguesa Helena Almeida no IVAM
Após o Museu de Serralves, do Jeu de Paume em Paris e do Centro Wiels de Bruxelas, chega agora a Valência a exposição antológica da artista portuguesa Helena Almeida. O IVAM (Institut Valenciá d’Art Modern) inaugura hoje esta retrospectiva que recomendamos ver, já que vimos esta exposição na primavera passada em Paris e podemos afirmar que é de grande qualidade.
Helena Almeida, nasceu em Lisboa em 1934, é uma das mais destacadas artistas portuguesas contemporâneas e desde o início da sua carreira procurou desafiar as formas tradicionais de expressão, sendo uma artista inovadora já na década de 1970 e uma das principais figuras da arte conceitual de Portugal. Foi a representante deste país na Bienal de Veneza em duas ocasiões: 1982 e 2005.
Estudo para um enriquecimento interior,1977
A retrospectiva, intitulada “Corpus“, examina as suas obras de fotografia, pintura, vídeo e desenho ao longo de quase cinco décadas. Estes meios, sobretudo a fotografia e a performance, são utilizados pela artista no combate à dissociação entre o corpo do artista (daí “Corpus”) e seu trabalho. Nas suas palavras a minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra”. Independentemente das leituras que podem ser extraídas dos seus trabalhos, poderíamos dizer que Almeida apagou as barreiras entre fotografia, performance e escultura, usando o seu próprio corpo como uma forma escultural e como um marcador do espaço, como sujeito e objeto, como significado e significante.
Untitled, 2010
As suas obras têm um caráter lírico em que a artista está inserida, forma parte essencial das mesmas. Elas não são auto-retratos, porque o corpo do artista torna-se transcendente: representa um corpo universal.
Formada em Belas Artes pela Universidade de Lisboa, Helena Almeida nasceu num ambiente artístico, já que o seu pai foi o escultor Leopoldo de Almeida. Sempre inovadora no seu trabalho, sempre buscando superar os limites pictóricos e, como dissemos, usar-se a si própria, modelo e criadora ao mesmo tempo. A exposição agora patente no IVAM mostra o percurso desta artista desde a década de 1960 até o presente.
Uma exposição a não perder e que se pode visitar até 18 de junho deste ano.