10 livros para viajar a Portugal desde casa

Se está a planear uma viagem a Portugal, temos a certeza de que antes, gostaria de conhecer este maravilhoso país um pouco melhor. Uma boa forma de conhecer o rico universo luso é através da literatura. Propomos uma lista de livros para viajar a Portugal que, de uma forma ou de outra, nos falam de diferentes caras deste fascinante país.

Para além de o ajudar a mergulhar na fascinante cultura, geografia, gastronomia, política e história portuguesas, garantimos-lhe que irá desfrutar de todas as linhas desta lista de livros que lhe propomos. Boa leitura!

1 – Viagem a Portugal – José Saramago 

Livros para viajar a Portugal

Conhecer um país significa compreender, com a maior precisão possível, a sua paisagem, a sua cultura e as pessoas que aí vivem. Com um itinerário que, de Trás-os-Montes ao Algarve e de Lisboa ao Alentejo, cobre todo o país, Saramago oferece ao leitor nesta Viagem a Portugal o rosto autêntico de uma terra inesgotável. Saramago tenta compreender com o seu trabalho a realidade de Portugal e decifrar, ao mesmo tempo, o seu passado.

2- Portugal – Miguel Torga

Libros para viajar a portugal

A retina selectiva do escritor português Miguel Torga viaja pela sua pátria de norte a sul, em itinerários que confundem o físico com o emocional. Nestas viagens literárias interpreta o interior das suas paisagens e monumentos, desde os deslumbrantes terraços das vinhas do Douro até aos pastos escassos da Serra da Estrela, desde os sumptuosos palácios reais até às armadilhas de lobos graníticos, desde os santuários mastodônticos da fé popular até às capelas costeiras escondidas e às minúsculas capelas bizantinas. Este cenário geográfico delineado por Torga é acompanhado pela sua reflexão sobre o povo lusitano que, dotado da dimensão sobre-humana de um novo Criador, assume este esforço construtivo e funde-se com ele, transformando-o em história, em festival, em gastronomia, em pintura e escultura, em literatura ou em tradições culturais que revelam a sua verdadeira estatura. A Torga esconde o seu profundo amor pela sua terra atrás de um véu de ironia. Pode ser visto ao descrever o verde que inunda o Minho ao ponto de desejar que não tivéssemos pesadelos dessa cor. Ou quando, da “suficiência triunfante” do Porto, vêm à tona clichés locais sobre um país unido por “forças múltiplas e variadas”, tais como o “povo preguiçoso de Coimbra, os manirrotos de Lisboa, os livros de Eça de Queiroz e o cepticismo rural sobre a eficiência dos reformadores”. Ironia e descrição admirável entrelaçam-se numa prosa poética que nos permite fazer uma viagem fascinante a um Portugal imutável pela mão de Miguel Torga.

3 – Lisboa: o que o turista deve ver – Fernando Pessoa

O famoso poeta português deleita-nos com este guia para a sua cidade natal. Pessoa apresenta, num estilo directo e sóbrio, uma descrição fabulosa da capital de Portugal feita para que o turista tire o máximo partido da sua estadia.
O livro convida-o a conhecer Lisboa com os mesmos olhos com que o autor a via.


4- Sostiene Pereira – Antonio Tabucchi

Sostiene Pereira L

Lisboa, 1938. Numa Europa assombrada pelo fantasma do totalitarismo, Pereira, um jornalista que dedicou toda a sua vida à secção de eventos, foi encarregado de dirigir a página cultural de um jornal medíocre. Necessitado de um colaborador, ele contacta o jovem Monteiro Rossi. E a intensa relação que se estabelece entre o velho jornalista, Monteiro e a sua namorada Marta, cristalizar-se-á numa crise pessoal, numa maturação interior e numa consciência dolorosa que transformará profundamente a vida de Pereira.


5- O Retorno – Dulce Maria Cardoso

A leitura de O Regresso é ouvir Rui, um adolescente que não pára de contar, que mal respira, que narra o drama da partida da sua família de Angola, dias antes deste país ter deixado de ser uma colónia portuguesa e ter ganho a sua independência, em 1975. Esta dor de abandonar a vida, de repatriar e regressar a uma metrópole que só conhece a partir de histórias e fotografias, torna-se um romance cheio de memórias recriadas a partir dos mais pequenos detalhes. A voz de Rui, que é sustentada do princípio ao fim, que apesar do momento em que vive nunca deixa de ser um adolescente com as suas perguntas e ansiedades, poderia também ser a voz de tantos exilados, de tantas pessoas deslocadas, de todos aqueles que, infelizmente, tiveram de deixar a sua terra para recomeçar.

6 – A Cidade e as Serras – Eça de Queiroz

A cidade e as serras contam a história de Jacinto, que deixa os luxos e o conforto da sua mansão parisiense e, na companhia do seu amigo Zé Fernandes, entra pela primeira vez na terra dos seus antepassados no Baixo Douro. A viagem das personagens permite a Eça de Queirós reelaborar o tema do antagonismo entre campo e cidade com força e modernidade invulgares, fazendo à sua maneira – irónica e sincera, humorística e séria – um inventário do progresso da técnica, mas também dos seus contratempos e adversidades. O romance, publicado pela primeira vez em 1901, um ano após a morte do autor, tem a sua origem num conto intitulado “Civilização”, publicado na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro em 1892, que inclui este volume.

7 – Estuário – Lídia Jorge

No seu romane Estuário, A escritora portuguesa Lídia Jorge ilustra o equilíbrio de situações. Por um lado, há concepções erradas sobre a ajuda humanitária. Por outro lado, o desentendimento entre famílias. Por um lado, há uma melodia própria nas suas páginas, marcada por paralelismos e repetições, no contraponto entre a voz que narra e as palavras das personagens, em palavras sem lugar nos dicionários, que só existem nos limites da linguagem; uma cadência que é acompanhada pelos fragmentos do Hino ao Mar de Álvaro de Campos ou da Ilíada. Em Estuário, somos convidados a reconhecer valores simbólicos em diferentes elementos, especialmente nos espaços. A casa, com os seus numerosos quartos, biblioteca, tectos, janelas e varandas, oferece o seu seio protector, abriga os seus habitantes e, ao mesmo tempo, confronta-os. E, claro, o estuário de Lisboa, um paraíso onde todos os percursos terminam, onde as histórias individuais derretem e se transformam antes de se diluírem na imensidão do mar.

8 –Conquistadores – Roger Crowley 

Em 1483, um grupo de marinheiros portugueses ergueu um pilar sobre um cabo na costa do que é hoje Angola. Este evento representou o culminar de décadas de trabalho árduo e expedições. Os portugueses partiram para marcar as fronteiras de África, e graças à sua galanteria e habilidade, descobriram uma rota directa para a Índia e iniciaram a conquista do Oceano Índico com o objectivo final de destruir o Islão e assumir o controlo do comércio global. Os confrontos sangrentos entre os portugueses e os povos que encontraram nas suas viagens, os truques, esquemas e vicissitudes de alguns dos maiores exploradores de todos os tempos, como Vasco de Gama, Cabral ou Alfonso de Albuquerque, ou as cenas majestosas das batalhas épicas em terra e no mar entre africanos, asiáticos e europeus fazem deste livro uma leitura emocionante e transportam o leitor para uma era de aventura, coragem, ganância, diplomacia e espionagem. O Mar Sem Fim é uma história fascinante, essencial e actualizada que conta, ao ritmo de um romance, como uma das mais pequenas nações da Europa embarcou numa das maiores aventuras da história.

9 – Uma Visita a Portugal em 1886 – Hans Christian Andersen 

Uma visita a Portugal é o relato de viagem do famoso escritor dinamarquês Hans Christian Andersen por terras portuguesas, uma verdadeira reportagem sobre a vida quotidiana, natureza, história, literatura e arte do país durante o reinado de Luís I de Bragança. Através da sua viagem pelas ruas e casas de campo, Andersen introduz-nos na vida das personagens da vida social e política (Casa de Bragança, Marqueses de Fronteira, Conde de Almeida) e da cultura e das artes (Almeida Garrett, António de Castilho, Manuel Portela), que são os protagonistas do século XIX no país vizinho. Mas o protagonista principal do livro é a terra portuguesa, a sua bela natureza, que eleva o seu espírito, e os seus povos e pessoas, que ele exalta, mesmo à custa de uma avaliação sombria, por vezes, da Espanha infeliz e vizinha da época.

10 – Tren nocturno a Lisboa – Pascal Mercier 

Uma mulher encostada numa ponte, uma manhã em Berna, numa chuva constante. Um livro, descoberto por acaso, por um poeta português, Amadeu de Prado. Estes dois acontecimentos irão revolucionar a vida do sábio e erudito professor Raimund Gregorius. No meio de uma classe latina, ele levanta-se de repente e parte. Apanha o primeiro comboio nocturno para Lisboa, virando as costas à sua existência despótica e não sabendo o que a beleza de Lisboa e do livro de Amadeu lhe revelará. Fascinado pelo tratamento profundo do texto de amor, amizade, coragem e morte, quer saber quem foi Amadeu de Prado: um médico excepcional, poeta, militante empenhado na Resistência a Salazar, um ourives de palavras e um explorador da vida.a busca do escritor leva-o a conhecer personagens inesquecíveis que conheceram Amadeu de Prado e a conhecer-se a si próprio também.

Esperamos que gostem tanto como nós a ler estes livros para viajar a Portugal.

Uso de cookies

Este sitio web utiliza cookies para que usted tenga la mejor experiencia de usuario. Si continúa navegando está dando su consentimiento para la aceptación de las mencionadas cookies y la aceptación de nuestra política de cookies, pinche el enlace para mayor información.plugin cookies

ACEPTAR
Aviso de cookies