La Mar de Músicas 2019 escolhe Portugal como protagonista
O Festival La Mar de Músicas, que terá lugar em Cartagena em julho, vai centrar-se este ano na música portuguesa, com a participação de 14 bandas e artistas do país vizinho.
La Mar de Músicas celebra a sua 25ª edição com 14 bandas de Portugal e 43 de todo o mundo. Kamasi Washington, Ólafur Arnalds, Salif Keita, Amaia, Snarky Puppy e Toquinho com Sílvia Pérez Cruz são algumas das estrelas internacionais que apresentam sua música no festival.
Organizado pela Câmara Municipal de Cartagena, o festival será aberto na sexta-feira, 19 de julho, pela voz mais poderosa do Brasil, Elza Soares, com seu único show na Espanha, e encerrará no sábado, 27 de julho, com uma noite dedicada à saga Morente.
Portugal é um destino turístico comum para muitos espanhóis, mas ainda temos de nos render à sua língua evocativa e riqueza cultural. Diz-se que Espanha vive de costas para o país vizinho, e que os portugueses sabem mais sobre Espanha do que os espanhóis em Portugal. La Mar de Músicas pretende combater esta falta de conhecimento com uma secção especial chamada Focus Portugal. Catorze bandas vão apresentar o lado mais moderno, aberto e mestiço da música portuguesa, mas também o mais tradicional. Para além disso, o festival inclui uma interessante programação de cinema português, actividades artísticas e literárias e exposições que constituem o maior desembarque cultural português em Espanha.
O cartaz oficial desta edição foi criado pela conceituada artista Joana Vasconcelos com uma metáfora visual das tradições e da modernidade portuguesas.
O fado é a mais famosa música tradicional portuguesa que estará bem representada em Cartagena por Mariza e Ana Moura. A jovem fadista Carolina também se apresentará e estreará seu novo projeto, criado em parceria com o produtor e compositor Raül Refree.
Mas a música portuguesa não é só fado. O grande renovador da música portuguesa António Zambujo, a compositora e cantora Luísa Sobral, o criador e pianista neoclássico Rui Massena e a banda de culto Dead Combo irão também actuar nesta edição.
Merece especial atenção Conan Osiris, que foi escolhido por alguns meios de comunicação social portugueses especializados como o artista revelação de 2018 e foi também seleccionado para representar Portugal na Eurovisão 2019.
Maria de Medeiros, a actriz portuguesa mais internacional vai actuar em Cartagena, mas desta vez como cantora, acompanhada pelo guitarrista Paulo Furtado, mais conhecido por Legendary Tigerman. O festival aproveitará a presença de Maria e exibirá parte de sua filmografia como atriz e os documentários que dirigiu.
Lisboa tornou-se uma das grandes capitais do multiculturalismo no mundo, onde as propostas musicais incorporam orgulhosamente os sons que surgiram nas suas antigas colónias africanas. La Mar de Músicas celebrará esta diversidade com concertos de Pongo, Mayra Andrade, Dino D’Santiago e a sessão musical do produtor Branko. O festival também receberá a proposta mestiça da Fumaça Preta.
Além dos sons portugueses, a música feita emEspanha terá um papel importante no programa com cantores e bandas como Amaia, Los Hermanos Cubero, Niño de Elche, Lorena Álvarez e Sílvia Pérez Cruz acompanhados pelo maestro brasileiro Toquinho e pelo baixista Javier Colina. O concerto de encerramento do Festival (27 de Julho) reunirá os irmãos Estrella, Soleá e Kiki Morente, numa noite dedicada à sua saga.
Do Brasil, além de Toquinho, virá a mais venerada octogenária de todo o país, Elza Soares, que estará encarregada de inaugurar a 25ª edição deste Festival com seu único concerto na Espanha. A chilena Mon Laferte também se apresentará na mesma noite. Da América Latina virão os doze músicos cubanos da Orquestra Akokán, a argentina Miss Bolívia, a chilena Pascuala Ilabaca e o porto-riquenho Eduardo Cabra, Visitante na Calle 13 e criador, juntamente com o dominicano Vicente García, da banda futurista Trending Tropics.
Três dos maiores nomes do jazz internacional desembarcarão em Cartagena: Kamasi Washington, a banda Snarky Puppy e Mulatu Astatke, criador do jazz étnico. Também africanos, como Astatake, são ganeses e vencedores de Vis a Vis de Casa África, Fra! e Kyekyeku & Ghanalogue Highlife, ou Salif Keita, que este ano vai receber o Prémio do Festival por “ter superado todo o tipo de preconceitos dentro e fora de África na sua defesa da população com albinismo e daqueles que cantam sem pertencer à casta griot, e por ter inspirado com a sua voz poderosa e ser capaz de misturar as profundas tradições da sua região com sons globais”.
Da Islândia virão os sons do talentoso compositor Ólafur Arnalds. Da Romênia vem a banda Fanfare Ciocarlia e da Turquia a mais recente sensação da vanguarda musical de Istambul, Gaye Su Akyol. A música feita na Região de Múrcia também tem seu lugar no palco “Somos de Aquí”, com Rio Viré, Moody Sake, La Tribu29, Mavica e Claim.
Entradas e programa completo aqui.