O projecto quer pôr de relevo os actos de olhar e representar; propõe-se contemplar, analisar e refletir sobre as contradições e problemas ao representar a morte, especialmente a morte violenta.

Este trabalho trata também sobre a linguagem fotográfica e semiótica; neste sentido, o português pretende estender o conceito de Destinerrance, cunhado por Derrida em relação à sua obra “A Carte Postale”, na que a cada carta, a cada misiva, segundo sugere ele, se arrisca a acabar no lugar equivocado, a ter uma interpretação incorreta, a chegar a uma direcção errónea… Cada carta escrita chega também a ser uma carta morta, permanece no escritório de cartas mortas, não devolvidas ao remitente, direcções não encontradas, por causa da inerente qualidade da escritura de separar do autor, de circular e continuar com todo o seu significado muito após a sua morte.>>

As fotografias e projeções que se expõem contam uma história ou mostram um objeto que o artista fotografa procurando nele a impressão do passado.

EDGAR MARTINS