Exposição de Ana Vidigal no Espacio Mínimo
De 17 de Novembro a 19 de Janeiro, a galeria madrilenha Espacio Mínimo apresenta “Pour le plaisir des yeux”, uma exposição da artista portuguesa ANA VIDIGAL, na qual o tempo e a memória continuam a ser temas recorrentes nas obras que a compõem.
A mostra é composta por trabalhos em papel (pintura e colagem) de diferentes formatos.
Durante anos, a ANA VIDIGAL recolheu todos tipo de elementos para a execução do seu trabalho, especialmente materiais encontrados que, apesar de serem bidimensionais, podem ser mantidos planos dentro de uma superfície pintada, especialmente em papel.
Assim, cortar papéis, escritos, pintados, desenhados ou impressos, reunindo diferentes peças, cartas, imagens e fotografias constrói os seus trabalhos como recipientes de memória. O que interessa à artista de todo esse conjunto de objetos não é apenas o aspecto formal, mas o que o torna mais pessoal, a história íntima que esses materiais guardam dentro de si. É o que ANA VIDIGAL maximiza nas suas obras, o que ela quer dizer sempre desempenha um papel tão sedutor quanto o que é silencioso, no qual o que ela revela como aquilo que esconde é tão importante.
Mas sempre o fio de todas as obras desta exposição é o tempo. Nas palavras da própria artista: << Sempre é hora.
O tempo que hoje é para nós é tão diferente daquele em que crescemos e vivemos.
É a mudança desse “tempo”, da perda daquilo que consideramos adquirido e que eles querem tirar de nós.
É sobre o que continuamos perdendo ou o que, mantendo, esquecemos
(“Todas las pequeñas perras de mi vida”, por exemplo) ou a atroz semelhança das imagens das revistas americanas da Segunda Guerra Mundial com as imagens da atual América.
O retrocesso do tempo e a luta para tentar fazê-lo parar (“Tanto fijé mis ojos”) e nos versos de Kavafis.
Ainda é o tempo político que pensamos feliz e despreocupado, que nos atormenta como uma nuvem de grafite preta com fantasmas do passado.
É a vida como ela aparece, quase sem fôlego e transformando a palavra amor em anagrama “Roma”, a antiga e decadente.
E então “O gosto dos outros”.
Um álbum dos anos setenta com imagens de obras de museus do mundo, escolhido por alguém que não conhecia e acabava desprezado em um mercado de rua.
Como o tempo do amor vai acabar se não formos cuidadosos.>>
ANA VIDIGAL nasceu em Lisboa em 1960, cidade onde vive e trabalha. Licenciou-se em pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa em 1984. Em 1999 ganhou o Prémio Maluda e em 2003 o Prémio Amadeu de Souza Cardoso. Em 2010, o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, comissariado por Isabel Carlos, organiza a sua primeira exposição antológica intitulada: Ana Vidigal. Chica limpia, chica sucia.
Expõe regularmente desde 1981. Algumas das suas exposições mais recentes foram, em 2015, Guarda (eu) no Teatro Municipal da Guarda, Guarda; Amuse – Bouche, Galería Diferencia, de Lisboa; em 2014 Yugular, Instituto Camões Luanda, Angola; Oú va t’on ?, Sala del Venado, Museu Nacional de História Natural e Ciência, Lisboa; Somos insuportáveis, tão insuportáveis, Museu Nogueira da Silva, Braga; Primeiro ou último (estritamente pessoal) Projectos da Galeria Baginski, Lisboa; em 2013 Jua (de vivir) Fundação Júlio Resende, Porto; em 2012 Casa dos Segredos, Centenário do Instituto Superior Técnico, Lisboa; em 2011, Queen Anne Style, Galeria Baginski / Projectos, Lisboa e O cérebro é mais profundo que o mar, o Museu do Chiado, em Lisboa. Em outubro de 2018, a convite da Embaixada de Portugal na Colômbia, realiza duas Master Classes em Bogotá (Universidad de los Andes e ars + natura flora)
O seu trabalho está representado em importantes colecções públicas e privadas, como o Museu Metropolitano de Lisboa, a Colecção do Ministério da Cultura de Portugal, o Museu MUDAS de Arte Contemporânea da Madeira, o Banco de Portugal, o Deutsche Bank Collection, entre outros.
A Galeria Espacio Mínimo está situada na rua Doctor Fourquet, 17 de Madrid e pode ser visitada de terça a sexta das 10:00 às 19:00 e Sábados das 11:00 às 14:30.