Cafés históricos de Lisboa
Lisboa é uma cidade com um charme inquestionável, com milhares de recantos para descobrir, o Tejo aos seus pés, as ruas estreitas de Alfama, edifícios decorados com azulejos históricos, o fado que ressoa na rua, a animação do Bairro Alto… poderíamos passar a vida inteira a falar das maravilhas da cidade da capital portuguesa, mas nesta ocasião vamos concentrar-nos nos Cafés Históricos de Lisboa, aqueles que viram a cidade crescer e assistiram a animados encontros culturais ao longo dos anos. Eis os nossos favoritos.
A Brasileira
Foto: Wikipedia
Localizado na Rua Garrett, 120, este café é provavelmente o mais famoso de Lisboa, não há turista que não pouse ao lado da estátua de bronze de Fernando Pessoa que dirige o terraço, feito pelo escultor Lagoa Henriques.
Foi inaugurado em 1905 com a pretensão de servir autêntico café brasileiro. Além disso, este café era frequentado não só por Pessoa, mas também por outras figuras ilustres da cultura portuguesa, como o pintor Almada Negreiros, que organizava animados encontros.
A sua decoração modernista ainda permanece intacta no interior. Um dos cafés históricos de Lisboa essencial para qualquer viajante que se orgulhe.
Café Nicola
Situado na emblemática praça do Rossio, o Café Nicola é um dos cafés históricos mais famosos de Lisboa e um dos mais frequentados desde o século XVIII, quando foi fundado pelo italiano Nicola Breteiro.
Passou por vários proprietários e actividades, até que em 1928 Joaquim Fonseca Albuquerque tomou conta dela e a reabriu a 2 de Outubro de 1929. A fachada exterior foi projetada pelo arquiteto Norte Júnior. No interior, a escultura em madeira, os ferros forjados e muitos lustres formaram a decoração.
O lugar sempre foi frequentado por intelectuais: escritores, artistas e políticos de renome. Alguns frequentavam tanto o café que se tornou a sua segunda casa, como foi o caso do poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Em 1935, o Café Nicola foi remodelado, dando-lhe um estilo moderno, deco e geométrico, fazendo a transição da década de 1930 para a de 1940. As pinturas foram substituídas pelas atuais, representando as mesmas cenas e pertencendo ao mesmo pintor.
Café pastelería Bénard
Foto: TripAdvisor
Esta padaria abriu as suas portas em 1868, mas só se mudou para a sua localização actual na Rua Garrett em 1902.
Até à Segunda Guerra Mundial, o estabelecimento era essencialmente uma sala de chá onde se encontrava a alta sociedade portuguesa. Nos anos 80, quando perdeu a maior parte do seu prestígio, Benard foi vendido. O novo proprietário foi capaz de transformar o negócio em torno de sucesso, e hoje Patisserie Benard é mais uma vez uma cafeteria muito popular.
Possui um terraço ao ar livre ao lado de A Brasileira. Graças à sua localização no Chiado é visitado por turistas e habitantes locais, mas está menos lotado.
Versailles
Localizado na Av. da República 15-A foi fundado em 1922, tem o nome do famoso palácio francês e seu interior se assemelha a um dos quartos que fazem parte dela.
Espelhos enormes nas paredes e tectos trabalhados em que penduram lustres espectaculares, os detalhes art nouveau fazem parte da decoração que cria a atmosfera de um verdadeiro café europeu clássico, onde são servidos os mais variados bolos de Lisboa.
Este espaço oferece aos seus clientes bolos e doces caseiros, destacando os seus bolos de creme.
Situado na Rua Ivens número 37. O escritor Eça de Queiróz imortalizou para sempre o café Grémio Literário. Espaço cultural, clube privado, edifício praticamente desconhecido. O Grémio Literário, fundado em 1846 por nomes como Almeida Garrett ou Alexandre Herculano, é hoje um local fresco e exclusivo onde se serve um apetitoso brunch. Um dos Cafés Históricos de Lisboa, mais desconhecidos especialmente para o turismo.