Amadeo de Souza Cardoso no Porto
“Eu sou impressionista, cubista, futurista.. Não pertenço a nenhuma escola”. Amadeo de Souza Cardoso (1887-1918) nunca se sentiu especialmente identificado com um movimento pictórico em concreto. A sua alma de artista voou com total liberdade e passou do cubismo analítico para “flirtear” com técnicas experimentais como a colagem, por exemplo. Com a sua mente privilegiada e uma obra muito variada, ganhou o título de precursor da arte moderna em Portugal. Depois do enorme êxito da grande retrospectiva que o Grand Palais de Paris dedicou ao pintor, é agora a vez do Museu Nacional Soares dos Reis do Porto, de recriar, 100 anos mais tarde, a sua única exposição individual, que foi realizada nesta cidade em 1916. Terça-feira, dia 1 de novembro, o museu inaugura a exposição que reúne 70% das obras originais que Amadeo escolheu um século atrás.
Clown, Cavalo, Salamandra c.1911. CAM/Fundação Gulbenkian
Pintura. Óleo sobre tela y collage. c. 1917
Apesar da sua curta vida, – o pintor morreu a 25 de outubro de 1918 aos 30 anos, vítima da gripe espanhola-, a sua sensibilidade, criatividade e a sua ruptura com a visão clásica converteu-o numa referência do mundo das artes plásticas. Há 100 anos, a exposição conseguiu cativar o público, que chegou aos 30.000 visitantes. Um fato que certamente se repetirá no museu público mais antigo de Portugal, onde se vai manter a seleção original do artista. Durante três meses, os amantes da arte moderna podem apreciar esta homenagem à figura de Amadeo de Souza Cardoso. Uma ode ao seu trabalho e um verdadeiro desafio para os organizadores, uma vez que muitas das obras que contemplam estão espalhadas em várias coleções particulares do mundo. A exposição estará patente até 1 de Janeiro de 2017. Depois a exposição passará para o Museu do Chiado (Lisboa), a partir de 12 de Janeiro.