Fragateiro em Évora e Madrid

Desde o início da década de 80 até ao presente, a artista portuguesa Fernanda Fragateiro (Montijo, 1962) tem-se caracterizado pelo seu particular estilo,por uma revisão das práticas modernistas e pela sua estética minimalista. O Palácio de Belas Artes em Paris, o CaixaForum em Barcelona, o Museu de Arte de Palm Springs ou a Universidade de Harvard são apenas alguns dos lugares onde esta artista expôs na última década. Agora, volta a exibir no seu país natal, na cidade de Évora, mais especificamente no Fórum Eugenio de Almeida (Largo do Conde de Vila Flor), onde os visitantes poderão ver a sua exposicição A reserva das coisas no seu estado latente” até ao dia 18 de abril.

Comissariada pelo diretor da National Gallery de Praga, Adam Budak, esta mostra reflete o interesse escultural de Fragateiro. Os objetos mais comuns, perdidos ou negligenciados pelos seus donos anteriores, são recuperados pela artista portuguesa para criar um diálogo e uma reflexão sobre a história e a própria vida. Fiel à sua aparência austera, tanto na forma, como na côr e na  textura, elementos tão comuns, como por exemplo um conjunto de livros, dão origem a uma conversa entre o objeto, o espaço e o próprio observador.

Fernanda Fragateiro. (Not) Seeing #2, 2008 espejos, madera

Fernanda Fragateiro. (Not) Seeing #2, 2008 espejos, madera ©António Jorge Silva

Fernanda Fragateiro. Landscape & Power, 2016 ©António Jorge Silva

Landscape & Power, 2016 ©António Jorge Silva

Como Adam Budak explicou recentemente, a prática de Fragateiro “desfamiliariza” o contexto, acumulando referências, mudando o significado, fazendo com que o espectador tome consciencia crítica da complexidade da realidade histórica e contemporânea e do sentido de pertença sócio-política e estética.

Fragateiro, uma das mais relevantes, originais e consistentes protagonistas da cena artística portuguesa, expõe também em Madrid a partir do dia 24 de Fevereiro na Galeria Elba Benitez (Calle San Lorenzo, 11), coincidindo com a feira ARCOMadrid. Sob o nome forget me (not) , a exposicição centra-se no diálogo artístico entre Fragateiro e a obra de Otti Berger, uma artista textil da Bauhaus que como judía na Alemanha Nazi foi enviada para Auschwitz e cuja obra caiu no esquecimento.

 

 

 

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